segunda-feira, 20 de abril de 2009

Espaço

Acto 1: Palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada.
Câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância portuguesa dos princípios do século XII. É, pois, um espaço sem grades, amplamente aberto para o exterior, onde as personagens ainda desfrutam a liberdade de se movimentarem guiadas pela sua vontade própria. Através das grandes janelas rasgadas domina-se uma paisagem vasta. É o fim da tarde.
Acto 2: Palácio que fora de D. João de Portugal, em Almada, que fica a pertencer a D. Madalena.
Salão antigo de gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de família, muitos de corpo inteiro; estão em lugar de destaque o de el-rei D. Sebastião, o de Camões e o de D. João de Portugal. Portas do lado direito para o exterior, do esquerdo para o interior, cobertas de reposteiros com as armas dos Condes de Vimioso. Deixa de haver janelas e as portas, ainda no plural, são já mais destinadas a cercar as personagens que a deixá-las escapar.
Acto 3: Parte baixa do Palácio de D. João de Portugal, comunicando pela porta à esquerda do espectador, com a capela da Senhora da Piedade na Igreja de S. Paulo dos Domínios de Almada: é um casarão sem ornato algum. Arrumadas às paredes, em diversos pontos, escadas, tocheiras, cruzes e outros objectos próprios para uso religioso. É alta noite.
Qual é o tratamento dado ao espaço no Frei Luís de Sousa? Progressão em termos negativos. Há um afunilamento quer a nível de luz, decoração ou amplitude. Ou seja, vai evoluindo no sentido da acção, vão surgindo acontecimentos que afectam a vida normal familiar e que termina com a morte de Maria. A acção caminha no sentido da destruição, a par do tratamento que vai sendo dado ao espaço.
Espaço social (costumes e mentalidades que definem uma época)
- Características do palácio de D. Manuel - família da aristocracia
- Madalena lendo - Sendo mulher, usufrui de educação
- A existência de Telmo, Doroteia, Miranda
- Maria lendo “Menina e Moça” de Bernardim Ribeiro
- D. João servia ao lado de D. Sebastião
- Peste à população com más condições; a Almada não chega a peste devido à falta de comunicação
- Os casamentos não eram feitos por amor - D. Madalena casa com D. João por obrigação
- D. Madalena fica com tudo o que era de D. João - os casamentos eram feitos com base na partilha
- Maria é uma filha ilegítima por ser filha de um segundo casamento
- Más comunicações: um cativo na terra santa não consegue fazer saber-se que está vivo e a família também não o encontra
- O marido funciona, muitas vezes, como pai da esposa, pois esta é muito mais nova que ele.
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